quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Espírito tuga


Quando os portugueses reconhecem alguma "figura pública" (é um termo relativo) na rua têm dois tipos de reacções:

1) Há os que bajulam a dita figura. São capazes de a chamarem, cumprimentarem, abraçarem até. Sorriem, mostram satisfação por estarem a conhecer aquela pessoa. Impedem-na de pagar o café que acabara de tomar. Dão-lhe palavras de incentivo. Vão para casa contentes e dispostos a partilhar com os mais próximos a curta conversa que mantiveram com a pessoa "x". "É boa gente! Ainda nos rimos um bocado...".

2) Há os que gostam de se destacar pela negativa. De rosto fechado olham de forma condenatória. São capazes de ser mal educadas e se estiverem a partilhar o mesmo espaço físico fazem tudo para serem incómodas. Tudo para chamarem a atenção. Colocam a pessoa num pedestral, na qual, ela não está, só para a poderem atirrar abaixo. São os que chegam a casa e dizem: "Tás a ver o gajo x? Hoje lixei-o! Têm a mania que são espertos. Deixa-me ligar ao Zé das pombas para lhe contar".

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Opinião



TV

Estou a assistir a um dos momentos mais infelizes da televisão portuguesa. Esta não é uma época com muitas notícias e há dias demasiado monótonos para quem faz do jornalismo profissão.

Mas daí a ir para a porta da sala de operações fazer directos e "espreitar" a operação à menina timorense que tem um tumor cerebral... por favor, ganhem juízo. De hora a hora a jornalista (devidamente equipada) entra em directo, abre-se a porta da sala de operações e chama-se o cirurgião que vem dar explicações em directo e volta para dentro... e prossegue na reomção do tumor.

É um momento infeliz e não denota qualquer respeito pela criança. Como telespectador não achei piada nem fiquei mais esclarecido pelo facto de ter o médico a sair da sala para me dizer o que está a fazer a uma criança de 10 anos que tem um tumor na cabeça. As explicações dão-.se no fim. Só falta termos relato da operação.

PS: Pior só mesmo uma peça daRTP no dragão, na qual, é entrevistado o emplastro. Não caiam no erro de querer imitar a TVI lá porque conseguiram roubar-lhes a bola.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Campeão

fem. campeã
do b. Lat. campiones. m.,

aquele que combatia em campo fechado, em honra ou defesa de outrem;
defensor;
paladino;
vencedor.

Fantástico!



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

100m (9.69) 200m (19.30) - Sem comentários


Os Jogos

Ir aos Jogos Olímpicos não pode ser um prémio... deve ser um desafio. O desafio final de qualquer atleta!

PS: Apesar de concordar com algumas das declarações da Vanessa Fernandes não lhe reconheço maturidade nem curriculo para poder ser a "comentadora oficial" da prestação dos atletas portugueses em Pequim. Desculpa aqueles de quem gosta e limita-se a criticar os que pura e simplesmenta não conhece. Não tem que ser a Vanessa Fernandes a criticar os colegas, nem deve. Até porque, sinceramente, a prata (arrancada a ferros) não lhe dá o direito de dizer o que quer. Eu, por exemplo, exigia-lhe o ouro. A Vanessa esquece-se que tem sido levada ao colo pelos portugueses e pela comunicação social. É, sem dúvida uma grande atleta, mas não lhe cabe avaliar os colegas de comitiva. Calada teria ganho mais amigos. Assim vão-lhe cobrar... oxalá esteja à altura do que aí vem.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Manias

Enquanto publicava o post anterior ouvia um jornalista desportivo... daqueles que gostam de se dizer "amigos de Mourinho". E como se acham "próximos do special one" tratam-no por Tu, mesmo quando estão no exercício da sua actividade profissinal. Por isso, fez-lhe um conjunto de questões (antes do inicio do jogo com o Benfica) tratando-o por Tu. Só faltou perguntar-lhe como estavam a mulher e os filhos.

Mania ou simples incompetência?

Febre

A febre em torno da selecção (eu diria em torno do futebol) dá para tudo. Sempre que se aproxima uma grande competição os adeptos cometem as maiores loucuras. Mas continuo sem perceber como se pode estragar uma carrinha Mercedes com tanta porcaria... mal pensado, mal pintado... enfim, feio!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Decidam-se

Restam algumas questões:

1) o Bar Marina (em Vilamoura) tem comida caseira e também fast food
2) o Bar Marina acha fast food é a tradução livre de comida caseira
3) o Bar Marina tem comida caseira em forma de fast food (exemplo: Mc Menu de Bacalhau com Todos)

Sinceridade acima de tudo

Crime

Local: Praia da Falésia (Vilamoura)
Hora: 17h34
Data: 9 de Agosto 2008
Crime cometido: Homem de Branco (à direita na imagem) fez massagens ao longo de todo o dia, sendo recompensado monetariamente pela actividade exercida

Como cidadão consciente das minhas responsabilidades ofereço-me para prestar declarações na PJ se necessário.

Supertaça: Manchetes Infelizes - II

Incrível

Ao ver em directo mais uma prova de Phelps. Mais um record do mundo batido. Mais uma prova sem erros. Mais um avanço humilhante para os adversários. Mais um rosto fechado depois de uma vitória inacreditável e sem contestação. Mais um capítulo numa história que não parece ter fim. Fiquei com a certeza que estava perante um dos momentos mais brilhantes no desporto mundial. "Este homem não é humano" como disse na transmissão o jornalista da RTP.

Supertaça: Manchetes Infelizes - I

A resposta

Inês Pedrosa leu o artigo de António Lobo Antunes na Visão e quis responder... e fê-lo bem, diga-se de passagem.

A Resposta!

AS MULHERES TÊM FIOS DESLIGADOS

Há uns tempos a Joana

-Pai, acabei um namoro à homem

Perguntei como era acabar um namoro à homem e vai a miúda
- Disse-lhe o problema não está em ti, está em mim
O que me fez pensar como as mulheres são corajosas e os homens cobardes. Em primeiro lugar só terminam uma relação quando têm outra. Em segundo lugar são incapazes de
-já não gosto de ti
De
-não quero mais
Chegam com discursos vagos, circulares
-preciso de tempo para pensar
-não é que não te ame, amo-te, mas tenho de ficar sozinho umas semanas
Ou declarações do género de
- tu mereces melhor
-estive a reflectir e acho que já não te faço feliz
-necessito de um mês de solidão para sentir a tua falta
E aos amigos
-dá-me os parabéns que lá consegui livrar-me da chata
-custou mas foi
-amandei-lhe aquelas lérias do costume e a gaja engoliu
-chora um dia ou dois e passa-lhe
E pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, nos colarinhos das camisas e nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com quem estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos quando querem fazer amor e acabado o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela de que esqueceram de fechar o estore ) ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas, pá e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarrados à gente, no ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo? Lembro-me de um sujeito que explicava
- o maior prazer que me dá ter relações com a minha mulher é pensar que durante uma semana estou safo
E depois pegam-nos na mão no cinema, encostam-se, colam-se, contam histórias sem interesse nenhum que nunca mais terminam, querem variar de restaurante, querem namoro, diminutivos, palermices e nós ali a aturá-las.
O Dinis Machado contava-me de um conhecedor que lhe aclarava as ideias
- as mulheres têm os fios desligados
E outro elucidou-me que eram como os telefones: avariam-se sem que se entenda a razão, emudecem, não funcionam e o remédio é bater com o aparelho na mesa pare que comecem a trabalhar outra vez. Meus Deus, que pena me dão as mulheres. Se informam
-já não gosto de ti
Se informam
-não quero mais
Aí estão eles alterarem a agressividade com a súplica, ora violentos, ora infantis, a fazerem esperas, a chorarem nos SMS a levantarem a mãozinha e, no instante seguinte a ameaçarem matar-se, a perseguirem, a insistirem, a fazerem figuras tristes, a escreverem cartas lamentosas e ameaçadoras, a entrarem pelo emprego dentro, a pegarem no braço, a sacudirem, a mandarem flores, eles que nunca mandavam a colocarem-se de plantão À porta dado que aquela p*** há-de ter outro e vai pagá-las, dispostos a partes-pagas, cenas ridículas, gritos. A miséria da maior parte dos casais, elas a sonharem com o Zorro, Che Guevara ou eu, e eles a sonharem com o decote da vizinha de baixo, de maneira, de maneira que ao irem para a cama são quatro: os dois que lá se deitam e os outros dois com quem sonham. Sinceramente as minhas filhas preocupam-me: receio que lhes caia na sorte um caramelo que passe À frente delas nas portas, não lhes abra o carro, desapareça logo a seguir por chichi-sede-fome-persianas-mal-descidas-e-os-ladrões-percebes, não se levante quando entram, comece a comer primeiro e um belo dia
(para citar noventa por cento dos escritores portugueses)
- O problema não está em ti está em mim a mexerem a faca na mesa ou a atormentarem a argola do guardanapo, cobardes como sempre. Não tenho nada contra os homens até gosto de alguns. Dos meus amigos. De Schubert. De Ovídio. De Horácio, de Vergílio. De Velásquez. De Rui Costa. De Einzenberger. Razoável a minha colecção. Não tenho nada contra os homens a não ser no que se refere às mulheres. E não me excluo: fui cobarde idiota, desonesto.
Fui
(espero que não muitas vezes)
rasca. Volta e meia surge-me na cabeça uma frase do Conrad em que ele comenta que tudo o que a vida nos pode dar é um certo conhecimento dela que chega tarde de mais. Resta-me esperar que ainda não seja tarde para mim. A partir de certa altura deixa de se jogar às cartas connosco mesmos e de fazer batota com os outros. O problema não está em ti está em mim, que extraordinária treta. Como os elogios que vêm logo depois: és inteligente, és sensível, és boa, és generosa, oxalá encontres etc..., que mulher não ouviu bugigangas destas? Uma mulher contou-me que o marido iniciou o discurso habitual
- mereces melhor que eu
levou com a resposta
- pois mereço. Rua.
Enfim, mais ou menos isto, e estou a ver a cara dele à banda. Nem uma lágrima para amostra. Rua. A mesma lágrima para amostra. Rua. A mesma amiga para uma amiga sua.
- o que faço às cartas de amor que me escreveu?
e a amiga sua
- Manda-lhas. Pode ser que façam falta.
Fazem de certeza: é só copiar mudando o nome. Perguntei à minha amiga
- E depois de ele se ir embora?
- Depois chorei um bocado e passou-me.
Ontem jantámos juntos. Fumámos um cigarro no automóvel dela, fui para casa e comecei a escrever isto. Palavra de honra que vi na janela uma árvore a sorrir-me. Podem não acreditar mas uma árvore a sorrir-me.»

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Cães na praia? Presos, se não for pedir muito

Se há fenómeno que me incomoda na praia é o facto dos cães (na maioria privados de qualquer liberdade durante todo o ano) serem ibertados pelos donos, sempre com uma certeza: "Ah, não se preocupe que ele não faz mal!".

Sempre que acabo de ouvir isto apetece-me dizer muito simplesmente: "Vá à merda!". Mas não digo.

Ora bem, normalmente os cães apostam sobretudo na zona mais próxima da água. Lá podem molhar-se, molhar quem lá passa, cheirar rabos humanos e caninos, abrir buracos sujando a criança que está atrás, andar à pancada com outro cão, fornicar como se não houvesse amanhã e com fresquinho da água nas patas, e sobretudo... correr a ladrar atrás de quem também quer correr mas por desporto.

Não raras vezes me deparo, enquanto engano o corpo com uma corridinha, com os cães a olharem para mim. Isto quando estou a 100 metros. Vou-me aproximando... o cão continua a olhar fixamente. O dono está a dormir ou a ler... o mesmo é dizer que nada pode fazer para suster o animal, que está solto, caso este decida atacar... Quais são as minhas opções?

1) parar de correr;
2) voltar para trás, correndo o risco do cão já me ter topado;
3) voltar para trás e fazer queixa às autoridades, mas estas vão estar a multar massagistas;
4) parar e entrar na água, mas o cão nada bem;
5) parar e questionar o dono que me vai dizer: "Ah, não se preocpe que ele não faz mal!", ora merda;
6) chamar o cão e fazer-lhe festinhas;
7) continuar a correr e arriscar-me a ficar sem um membro que me pode fazer falta (por ex: braços, pernas, entre outros);

Ora, normalmente abrando e vou a caminhar, olhando de lado para o cão, que entretanto não tira os olhos de mim. Hoje aconteceu-me 3 vezes. Numa delas era um pitbull. Não me parece normal. Ninguém, e isto digo até aos maiores defensores dos animais, consegue travar ou evitar um ataque de um animal destes. Muitas vezes não têm razão para acontecer. Eles lembram-se de fazer asneiras, tal como os humanos. Acho que é uma falta de respeito continuar a deixar os cães fazerem o que bem lhes apetece na praia.

Lá por estarmos todos semi-nus não quer dizer que tenhamos de perder o juízo. Se levá-los para o areal pode já ser grave, ainda que não me importe de os ter a olhar para mim... mas por favor, pelo menos com coleira e devidamente vigiados.

PS: Que fique bem claro que não tenho nada contra os cães, muito pelo contrário. E que excluí deste meu manifesto os cães pequeninos que nem com a areia podem. Esses até dou de barato.

Massajar ou não, eis a questão

Eu vi! Numa das praias mais conhecidas do Algarve o próprio nadador-salvador (figura típica nesta praia) submetia-se às massagens de duas mulheres. No entanto, não me parece que esta massagem em particular se enquadre nas que o comando marítimo do sul proibiu.

O rapaz, apesar de encorpado (e fisicamente apto para salvar até a Simara a 3 kms da costa), não é um caso de beleza humana. Quanto às massagistas, para além da linguagem menos própria que usavam, pareciam-me mais capazes de vender a alma ao diabo do que o corpo ao massajado.

Posto isto, sexo é coisa que não ia haver depois daquela massagem. Mesmo assim devem ser proibidas? Então há que ir lá multar quem de direito. Ah, vi também dois nudistas, numa praia que não é de nudistas jogarem raquetes à beira da agua enquanto crianças por lá passavam! Ah, isto não dá multa. E os cães a correr pela praia fora e a ladrarem para tudo o que mexe? Ah, também não é alvo de qualquer acção por parte das autoridades.

sábado, 2 de agosto de 2008

Saída

Se eu fosse o João Moutinho ia já hoje embora! A tacanhez do povo português vê-se em muitos momentos, mas o futebol é um campo previlegiado para este tipo de observação comportamental.

O capitão do Sporting foi sincero... disse que queria saír. Tem esse direito, até porque, ninguém lhe pode atirar o que quer que seja à cara. Sempre deu tudo o que tinha e o que não tinha. Pessoalmente não o acho um fora de série, mas pelos vistos há quem ache e o queira. Se ultrapassarem cláusula de rescisão nada a fazer. Mas, neste país a sinceridade e a visão prospectiva não têm muitos adeptos. Em vez de acarinharem o miudo, deram-lhe monumentais assobiadelas em pleno jogo de apresentação do Sporting com o PSV.

É condenar a sinceridade, é pouco inteligente, é prejudicial a uma eventual permanencia do atleta em Alvalade, é ingrato... Não é um problema de cores, de paixões, ou de histórias... o adepto de futebol em Portugal é, por norma, burro e até imbecil. Eu sei do que falo, pelo menos desta vez...

Do melhor



"As facas IVO são resistentes à lavagem na máquina, se bem que aconselhamos a lavagem à mão para uma boa manutenção da mesma.A secagem da faca com um pano macio após lavagem é aconselhável.
Utilize sempre uma superfície de corte em madeira ou em plástico.
Guarde sempre a sua faca num bloco ou régua magnética.Evite misturá-la com outros utensílios."


Não acreditam? Confirmem!

Férias


É do sol na cabeça, só pode

Não percebi a razão de tanto alarido. Se era para avisar que a cooperação estratégica tem os dias contados podia tê-lo feito de outra forma. Cavaco Silva fez aquilo a que não nos habituou... show-off. Não quero com isto dizer que a questão dos Açores não é importante (acho que é e não me agradam, tal como ao PR, alguns dos principios presentes no documento aprovado por unanimidade na AR. Estão a erguer demasiado cabelo para quem viveu durante anos à custa do que gostam de chamar… Governo do Continente. O mesmo se aplica à Madeira ainda que aí os perigos venham de onde todos nós sabemos)... mas não era razão para tanto alarido.

Para tanta especulação, sobretudo nesta altura do ano. Durante 24 horas limitei-me a ouvir: "Acho que vai renunciar, porque tem um cancro"; "Vai falar dos dados do INE que apontam para os maiores indíces de pessimismo de sempre"; "É sobre o caso Maddie"; "São os incªendios"; "Vai puxar as orelhas a Sócrates que nos está a deixar na penúria"... As teorias eram mais do que muitas. Mas, foi com desalento que mais de metade (estarei a ser optimista?) dos portugueses parou o que estava a fazer para ouvir Cavaco falar de uma matéria que não: percebe, conhece, quer perceber ou sequer sabe que existe.

Vi algumas manifestações de desagrado. Mas o PR não tem que falar apenas do que é mediático ou do que interessa à maioria, é verdade. Mas, escusava de ter falado da questão dos Açores desta forma, sobretudo quando há razões mais pertinentes e mais preocupantes para os portugueses. Não ter vindo falar ao país não o impedia de ter puxado as orelhas a quem puxou.

Foi um erro que atesta a incompetência dos nosso Governo, deputados e afins, mas caraças não era caso para tanto. Ou haverá uma mensagem por detrás desta comunicação ao país?





Tem razão


António Lobo Antunes conseguiu, esta semana, chamar a minha atenção para uma crónica daquelas em que entramos e saimos à medida que vamos lendo. É tão real, tão bem conseguida que não precisamos de a viver ou de nos identificarmos com o que lá é dito para chegarmos ao fim e dizermos: "Porra, este gajo tem razão!". A ler, na Visão. Explica em três colunas no que se tornou a relação homem-mulher nos dias que correm.

Tugas em Pequim

Estão aí os Jogos Olímpicos. Com eles chega a onda patriótica de um país que ainda está a ressacar da "ronaldice aguda" que atacou a selecção nacional de futebol em pleno Euro 2008. Com esta grande competição à porta começam os trabalhos jornalisticos em torno de modalidades que os portugueses praticamente desconhecem. Nada contra, muito pelo contrário.

O que me irrita é a, sempre presente, humildade estúpida dos atletas das quinas. Podemos não ter as melhores condições (depende das modalidades) e podemos até não ter os melhores atletas, mas já que lá vamos escusamos de ir sempre a dizer... "Vou dar o meu melhor, mas o que quero mesmo é ficar nos 16 primeiros"... "Vou tentar honrar o meu país, mas sei que as medalhas são um objectivo impossível"... "Vou disfrutar"... "Vai ser bom conviver com os melhores do mundo"... "Até sou campeão europeu e mundial, mas em Pequim tudo é diferente"...

Já chega! Se lá vão é para lutarem, pelo menos sonhem com uma medalha. É impossível em muitas modalidades? É! Mas o objectivo tem de ser sempre as medalhas. Não é o corta mato da escola em que trazer o diploma para casa já era giro. Se nem sonhar sabemos como havemos de ganhar alguma coisa?


PS: Voltei a deparar-me há dias com a incrível história de Francisco Lázaro. O maratonista português que teve a inteligência de se untar com sebo para fazer a prova. "Ou ganho ou morro", terá dito. Não lavava chapéu. Estavam 32 graus. Caiu várias vezes, mas insistiu em continuar. Acabou por morrer. Com os poros fechados até o figado estava como um pedaço de carvão quando chegou ao hospital. Isto foi na nossa primeira participação olímpica. Começamos bem!