sábado, 2 de agosto de 2008

Tugas em Pequim

Estão aí os Jogos Olímpicos. Com eles chega a onda patriótica de um país que ainda está a ressacar da "ronaldice aguda" que atacou a selecção nacional de futebol em pleno Euro 2008. Com esta grande competição à porta começam os trabalhos jornalisticos em torno de modalidades que os portugueses praticamente desconhecem. Nada contra, muito pelo contrário.

O que me irrita é a, sempre presente, humildade estúpida dos atletas das quinas. Podemos não ter as melhores condições (depende das modalidades) e podemos até não ter os melhores atletas, mas já que lá vamos escusamos de ir sempre a dizer... "Vou dar o meu melhor, mas o que quero mesmo é ficar nos 16 primeiros"... "Vou tentar honrar o meu país, mas sei que as medalhas são um objectivo impossível"... "Vou disfrutar"... "Vai ser bom conviver com os melhores do mundo"... "Até sou campeão europeu e mundial, mas em Pequim tudo é diferente"...

Já chega! Se lá vão é para lutarem, pelo menos sonhem com uma medalha. É impossível em muitas modalidades? É! Mas o objectivo tem de ser sempre as medalhas. Não é o corta mato da escola em que trazer o diploma para casa já era giro. Se nem sonhar sabemos como havemos de ganhar alguma coisa?


PS: Voltei a deparar-me há dias com a incrível história de Francisco Lázaro. O maratonista português que teve a inteligência de se untar com sebo para fazer a prova. "Ou ganho ou morro", terá dito. Não lavava chapéu. Estavam 32 graus. Caiu várias vezes, mas insistiu em continuar. Acabou por morrer. Com os poros fechados até o figado estava como um pedaço de carvão quando chegou ao hospital. Isto foi na nossa primeira participação olímpica. Começamos bem!