quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Vidas

Há dias vi-me obrigado a uma incursão pelas urgências do Hospital Sto António no Porto. No mei de toda a habitual confusão nos corredores estava uma mãe. Ao seu lado a filha, com corpo de 50 mas mentalidade de 15 anos. Não é uma crítica, era mesmo assim. A filha desatou (inconsciente) aos murros e gemidos pelos corredores, na ânsia de ser atendida mais depressa. A mãe permaneceu quieta. Observava a filha. Um médico olhou a rapariga, deitou-a numa maca para a calar. A mãe permanneceu calada e quieta. Dois dias depois fui às urgências do Hospital São João no Porto. À saída, olhei para a direita e vi: Psiquiatria. Sentada, ao fundo, sozinha, a criança adulta. Sem a mãe, mas com ar inconfromado... como sempre. Acho que fiquei a perceber muito sobre as listas de espera nos Hospitais portugueses.