A Vergonha
Neste post vou falar de coisas que me irritaram no último fim de semana. Como estou cansado vou falar apenas de duas.
Pensei começar pelo que disse o Provedor do Telespectador sobre a Liga dos Últimos. Mas como para além de estar cansado, não tenho tempo a perder com imbecilidades ditas por quem o provedor decidiu encomendar vou-me centrar apenas em um dos temas.
Reportagem nos estádios de futebol em Portugal. Continuo a achar inacreditável e até repugnante que meia dúzia de "canalhas" encorpados graças às horas que passam no ginásio (trocadas por aquelas em que deviam estar a aprender a viver em sociedade) achem que podem empurrar, insultar, agarrar... os repórteres de rádio no final dos jogos.
O que mais me custa é que são pagos para isso. E agora até há senhores da Liga incumbidos de impedir a reportagem no final dos jogos. Disse-o em directo e voltarei a fazê-lo as vezes que for preciso... é uma vergonha. Tenho vergonha de fazer jornalismo desportivo num país que insiste em maltratar quem apenas quer ouvir uns quantos rapazes que ganham dezenas de milhares de euros por mês. E, por isso, têm e devem prestar contas perante os adeptos. Perante o país. Deixem-nos falar.
Esta censurea de meia tigela tem uma causa clara: os clubes não dominam os atletas. Estão condenados a julgamentos públicos mediante o que vai ser dito no calor dos jogos. Porquê? Porque não há formação, não há educação, não há cultura comunicativa nos clubes.
Os clubes nacionais fecham-se a 7 chaves. Só perdem. Por isso são pequeninos... Os jogadores não estão a falar para os jornalistas. Estão a falar para o público.
PS: Um colega de trabalho chegou ao local marcado para uma entrevista com um jogador internacional português que representa um dos 3 grandes do nosso futebol. Esperavam-no, para além do entrevistado, também o empresário e a assessoria do clube em causa. Levava uma lista deperguntas (exigida pelo clube). Mais de metade foram cortadas, ora pelo representante do atleta, ora pela assessoria do clube. Rir ou chorar?