domingo, 22 de julho de 2007

Esquerda, Centro, Direita...



Os partidos políticos já não dizem nada aos portugueses. Quanto muito dizem-nos a nós jornalistas que continuamos a correr atrás de quem tem para oferecer palavras e pouco mais... num sistema em que direita e esquerda se confundem ao sabor dos interesses deste e daquele.

Este domingo o JN faz uma reflexão interessante em torno dos grupos de cidadãos que se juntam e se colocam ao serviço da comunidade. Juntos conseguem materializar o verdadeiro sentido da cidadania. São cada vez mais e com maior visibilidade os Movimentos que, por uma causa, vão até às últimas instâncias sem que para se fazerem ver precisem da demagógica máquina partidária a suportar custos de campanhas... porque nestes casos as mensagens valem por si!

A curto prazo os partidos vão valer cada vez menos e os candidatos independentes vão tomar conta dos cartazes na hora das campanhas. Este é um processo moroso mas inevitável perante a incapaz classe política que nos governa e que se opõe a essa governação.

As eleições para a Câmara Municipal de Lisboa deram-me vontade de rir. A mim e aos muitos lisboetas que, na praia, ignoraram o acto eleitoral. Candidatos a rodos... discussões inócuas... figuram tristes... candidatos fantasma... mensagens e projectos para Lisboa: Zero! No fim ganhou António Costa. Não foi surpreendente. Não pela qualidade do candidato, mas pelas opções à direita. Negrão mostrou muita vontade, mas vive numa laranja espremida em sumo (sem vitamina C) e Telmo Correia, foi o escolhido por Portas para testar a pertinência do seu regresso às lides políticas no papel de vítima. Todos perderam, à excepção de Carmona... que como diziam Rui de Carvalho e Artur Agostinho: foi o vencedor da noite.

A vitória de António Costa foi mais um sinal... e que sinal, para a oposição ao Governo. Muito se critica Sócrates e restante executivo, mas na hora de lhe mostrarem o cartão amarelo ninguém foi capaz. E ele... aos gritos... impôs-se perante os turistas pagos pela máquina socialista para agitar as bandeiras nas ruas da capital.

Instala-se a crise na direita! CDS-PP não existe por isso passo à frente... No PSD Marques Mendes fez o que lhe competia. Chamados a deitar a baixo o homem da máquina laranja, os críticos dos últimos tempos lá apareceram... falaram... um fez questão de entrar em directo no horário nobre das televisões... mas no fim todos fugiram cheios de dúvidas. Porquê? Preciosismos! Menezes que diariamente é o comentador residente na hora de atacar Mendes pede tempo para pensar. Onde estão as certezas que tem demonstrado? O grande problema de tudo isto é que Mendes continua a ser o homem da laranja... o dos corredores... depois há os candidatos eternos que falam mas que agora não aparecem.

E por fim há os verdadeiros candidatos! Aqueles que têm capacidade para derrotar o PS em 2009. Mas esses dividem-se em 2 grupos: os que não se querem queimar na máquina do partido porque já a usaram para chegarem onde queriam, e os que têm o sonho da liderança... mas esperam, esperam, esperam pelo momento certo. Mas se calhar o momento certo era este e não o estão a perceber.